segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Todo nacionalismo é burro

Leia este post ouvindo: Imagine - John Lennon


Eu sou brasileiro. Uma frase inocente, que, aparentemente, carrega apenas uma informação. Mas, a partir dessa simples oração, o ouvinte já infere um bocado de coisas: a pessoa é alegre, hospitaleira, gosta de samba, futebol, carnaval... E por aí vai.


Eu sou um brasileiro? Não gosto de carnaval, prefiro rock à samba, vôlei a futebol e minha alegria é tão contagiante que já fui apelidado de "cubo de gelo". Parece até que nasci no lugar errado. Não existe nenhum sentimento que me prenda a este lugar. E, acredite, isto é algo de que me orgulho: eu não me sinto brasileiro.


Não tenho nada contra o Brasil: o país enfrenta problemas e possui riquezas como qualquer outro no mundo. O que não posso aceitar é o sentimento nacionalista cultuado por muitos. O nacionalismo é algo que não agrega nenhum valor às pessoas e só traz problemas.


Primeiramente, ele é utilizado para mascarar os aspectos negativos do país. Exalta-se as qualidades da nação, enquanto as dificuldades são renegadas ao segundo plano. O povo fica com a falsa sensação de que o país progride, enquanto os reais e antigos problemas continuam sem solução.


Como se não bastasse, esse sentimento também estimula ódios inúteis. Quantos brasileiros não gostam de argentinos pelo simples fato deles terem nascido na Argentina? Pessoas que nunca foram aquele país, não sabem nada sobre sua história, sequer tiveram a oportunidade de ver um argentino na vida. Os EUA são outro exemplo. Os intelectualóides adoram criticar a postura imperialista estadunidense, mas se esquecem que por diversas vezes o próprio Brasil, a pátria amada, assume postura semelhante.


Por fim, numa versão extrema, o nacionalismo se torna uma arma. O pan-germanismo e o pan-eslavismo foram políticas nacionalistas que figuraram entre as causas da Primeira Grande Guerra. Hitler utilizou sabiamente esse instrumento para mobilizar o povo alemão e convencê-lo a lutar na Segunda Guerra Mundial. Durante a história não faltam exemplos de conflitos gerados devido à esse "nobre" sentimento.


Se você tem orgulho de ser brasileiro, meus sinceros pêsames. Eu prefiro ser um cidadão do mundo e me nego a sentir algo que já causou, e ainda causa, tanto mal à humanidade.


"Imagine there's no countries..."


Brasileiros, argentinos, estadunidenses... A nacionalidade não importa. O comentário sim! =D

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