segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Lenda dos 10%

Leia este post ouvindo: The Idiots Have Taking Over - NOFX

Seres humanos usam, em média, 10% do cérebro.

Quando eu vejo gente que crê numa besteira dessas eu quase acredito também. É incrível como as pessoas engolem esse tipo de informação. Eu até poderia concordar com ela, mas antes sou obrigado a fazer algumas perguntas. Quem realizou a pesquisa que chegou a esse resultado? Como ela foi feita? Quem foi o gênio que usou 100% da cuca para servir de comparação?

Apesar de ter ouvido a informação algumas vezes, nunca encontrei viv'alma capaz de responder tais questões. O interessante é que partindo desse pressuposto - de que nós usamos apenas 10% da nossa capacidade cerebral - as pessoas chegam a algumas conclusões, no mínimo, hilariantes.

Uns dizem que Einstein utilizava 20% do cérebro. [Mas ninguém explica como se chegou a tal conclusão.] Outros vão além: afirmam que, caso usássemos 100% do nosso "poder cerebral", seríamos telepatas e telecinéticos. [Traduzindo: eles afirmam que poderíamos nos comunicar e mover objetos utilizando apenas a força da mente.] Todos especulam, mas ninguém explica.

Outro problema da frase é o "em média". Existem mais de 6 bilhões de indivíduos no planeta. Faz algum sentido em falar em média nessa situação? O grupo em questão é grande e demasiadamente heterogêneo para falarmos em qualquer tipo de média.

Enfim, essa história de 10% é uma das maiores babaquices inventadas nos últimos tempos. Mostre que você usa 100% da cachola e pare de acreditar em informações sem o menor fundamento como essa.

Portanto não fique triste se você tem apenas dois neurônios. [Como eu.] Ao menos, eles trabalham com 100% da capacidade. [Eu suponho...]

Post escrito 27/04, às 00:20.

sábado, 25 de abril de 2009

Trote só se for cidadão

Leia este post ouvindo: Retrato de um Playboy - Gabriel, O Pensador

"Mas na cabeça da galera também não tem nada, somos um monte de merda, dentro da mesma privada."

[Se você já participou de algum trote por aí, sinta-se ofendido. Os "merdas" aos quais me refiro na citação anterior são exatamente vocês.]

Trote. Uma brincadeira inofensiva, feita todo início de semestre para acolher e integrar os recém-chegados a universidade.

Bem, essa é a maneira como os defensores do trote o definem. O único problema é que na realidade as coisas não acontecem bem assim. Ao invés de aproveitarem esse momento para receberem os calouros, os veteranos o aproveitam para sacaneá-los de todas as maneiras possíveis.

Os "rituais de iniciação" dependem do curso e da universidade escolhida, mas, em geral, apresentam um propósito em comum: humilhar os novatos. Vale de tudo: jogar óleo no cabelo, sujar de tinta, barro ou mesmo de bosta. Em alguns casos, os calouros são obrigados a ingerir bebidas alcoólicas e até "beijar" uma língua de boi. Mas tudo isso é feito em nome da integração. Afinal, como é possível conhecer novas pessoas sem fazê-las rolarem um pouquinho na bosta? Como ser amigo de alguém que sequer deu uma lambida numa língua de boi?

Outro argumento amplamente difundido pelos defensores do trote é o "Fizeram comigo, agora é minha vez." Faz todo sentido, não? Pessoas desconhecidas te humilham hoje. Um ano depois, você se une a eles e sacaneia outros caras que você nunca viu na vida, mas que merecem ser humilhados pois passaram num dos exames mais desgraçados que existem: O FILHO DA PUTA DO VESTIBULAR.

Infelizmente, todo ano somos obrigados a assistir nos telejornais as consequências desastrosas de algumas dessas "brincadeiras". Felizmente, já existe gente mudando a forma de fazer o trote. Se o objetivo é acolher, façamos de uma maneira diferente. Por que não realizar uma festa cujo lucro seja revertido para uma entidade beneficente? Ou organizar campanhas de arrecadação de alimentos? Quem sabe realizar algumas palestras para apresentar a universidade aos calouros?

A ideia de realizar um evento para que os novatos conheçam os veteranos é ótima. De maneira alguma o trote deve ser extinto. O que devemos fazer é mudar a forma como ele é feito. Trote só se for cidadão.

PS1: Entrem no site do trote cidadão e vejam como o trote pode ser algo legal.
PS2: Eu tava puto quando escrevi isso. [Ainda tô.] Pra mim, esses "rituais" que fazem por aí são irresponsáveis, irracionais e desumanos. Não há sentido nenhum nisso.
PS3: Isso é tudo, pessoal. =P

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Feeling Alive

Leia este post ouvindo: O Dia em que a Terra parou - Raul Seixas

Ser vivo. Sim, eu sou um desses. Mas, afinal o que faz de mim algo vivo?

[Não, eu não estou falando de células, mitocôndrias e de retículos endoplasmáticos rugosos.]

Seriam meus sentimentos? [Românticos...] Ou simplesmente o fato de pensar? [Remetendo ao "Penso, logo existo." de Descartes] Mas e se isso tudo não passa de uma ilusão criada por supercomputadores? [Matrix!]

Quando se passa grande parte do dia sozinho, tendo muito o que fazer mas sem fazer efetivamente nada, você começa a fazer tais perguntas. Se houvesse uma maneira de eu me ausentar do mundo só no dia de hoje e voltar amanhã como se nada tivesse acontecido, ninguém teria sentido a minha falta. Isso é fato. Mesmo pensando e sentindo, é como se eu simplesmente não tivesse existido por hoje.

No fim das contas, os seus pensamentos e sentimentos não fazem a menor diferença se não houver alguém que os reconheça. De que adiantaria este blog se eu tivesse absoluta certeza de que ninguém lê o que eu escrevo aqui? O verdadeiro propósito do blog é definido simplesmente por você, leitor. Você dá sentido à essas palavras soltas que eu deixo aqui periodicamente.

E no fim desse dia, desse hiatus de 24 horas, finalmente eu pude me sentir vivo. Conversei com meus pais, minha namorada, meus amigos. Nesse momento eu existi. Havia pessoas que me reconheciam, sem as quais eu não passo de poeira cósmica. São eles que me fazem ser o que sou. Sem elas eu não existo. Literalmente.

E no fim das contas, ouso dizer que Descartes estava errado ao dizer "Penso, logo existo". O que me faz existir são as relações que estabeleço com aquelas pessoas que são importantes para mim.

Inexistindo, contrariando Descartes, falando coisas sem muito nexo. Esse sou eu.

PS1: Você pode até não acreditar, mas um desenho animado ajudou a desencadear essa reflexão.
PS2: Ah, cara, eu tenho que agradecer todo mundo. Quem lê essa bodega, quem me aguenta diariamente... Valeu, moçada!
PS3: É acho que isso é tudo. Até mais pessoal!

Uma nova promessa

Leia este post ouvindo: Dançando no Campo Minado - Engenheiros do Hawaii

Já tem um tempo que eu tô pensando em postar sobre "bobagens físicas" que eu andei lendo por aí. Uma hora dessas acho que Newton está se revirando no túmulo. São sites, revistas e livros contrariando as leis da física, confundindo a cabeça de milhares de estudantes e contribuindo ainda mais pela má fama dessa ciência.

A web é uma ferramenta que pode mais confundir do que explicar. Muito cuidado ao pesquisar na grande rede. Qualquer louco pode explicar fenômenos físicos da maneira que bem entender e publicar na net. Sempre que for fazer uma pesquisa procure um site confiável. Veja se algum colega já o conhece. Procure saber sobre quem escreveu o artigo. Será que ele possui uma formação adequada para escrever aquele assunto?

Fique atento também com as revistas. Quem normalmente escreve as matérias são jornalistas e não físicos. Portanto, é perfeitamente possível que um conceito ou outro não venha explicado com a rigidez necessária. É importante não aceitar passivamente o que está escrito. Faça perguntas, procure inconsistências nas teorias apresentadas. Não vá assimilando tudo que lê como se fosse uma verdade incontestável.

Nem mesmo os livros escapam ilesos. Outro dia estava lendo o romance "O Mundo de Sofia". Há um trecho em que o autor explica porque uma bolinha para quando você a joga sobre uma superfície horizontal. Segundo ele, isso ocorre devido a força gravitacional que atua sobre a bola. Isso é um erro grave. A força responsável pela desaceleração da bolinha é o atrito existente entre esta e a superfície. O autor foi, no mínimo, descuidado ao inserir este tipo de explicação em seu livro.

Por essas e outras, eu quero começar a escrever sobre física aqui no NSN. Eu não tô falando de posts superextensos, com termos complicados que não fazem a mínima diferença pra quem tá lendo. Eu quero que vocês, leitores, mandem dúvidas e sugestões sobre assuntos que eu possa escrever. Procurarei explicar tudo de uma maneira simples, mas de acordo com os principios físicos.

Mas como saber se o que você vai postar aqui será confiável?

Pergunta inteligente. Para evitar que eu poste algo errado, antes de publicar o texto eu vou submetê-lo a algum professor para que ele avalie a qualidade do escrito. O material será revisto antes de vir parar nas páginas do blog. Mas caso você discorde de algo que foi dito é só comentar ou mandar um email que eu responderei com o maior prazer.

Eu sei que essa é mais uma promessa e que eu tô pior do que político. Mas estou particularmente interessado nesta e realmente gostaria de pô-la em prática. Porém, para tal, a sua participação é vital. Se você tem alguma dúvida sobre algum fenômeno físico comente aí ou envie para o email leoassismorais@hotmail.com. Em breve eu espero trazer a resposta de uma maneira simples, descontraída e, o mais importante, de acordo com todas as leis da física.

Dessa vez não precisa comentar, só perguntar!