domingo, 21 de dezembro de 2008

Livros [e seus erros] nada didáticos


Leia este post ouvindo: The Kids Aren’t Alright – The Offspring



A qualidade da educação brasileira é contestável. Professores mal pagos e mal preparados e escolas com péssima infra-estrutura são fatores que contribuem para o atual estado do ensino em nosso país. Neste post, porém, eu gostaria de colocar em xeque a qualidade dos livros didáticos. Estudo numa escola particular que usa apostilas de uma grande rede de ensino. Teoricamente, os livros teriam que ser impecáveis. Teoricamente.

Erros ortográficos são mais do que recorrentes. Recordo-me do livro de geografia da 8ª série: o nome de Nikita Krushev, ex-presidente da extinta União Soviética, vinha grafado de três maneiras diferentes! [Se eu estiver escrito errado, a culpa não é minha...] No mínimo, os autores erraram o nome do mesmo cara duas vezes.

Até então você pode contra-argumentar. O cara era soviético, o livro trazer o nome grafado de maneira incorreta é "normal". Sem contar que não vai mudar a vida de ninguém saber a maneira correta de escrever o nome de um cara desses. Concordo em grau, gênero e número. Mas os erros não param por aí.

Além de nomes de personalidades, [Krushev não foi o único], cidades e lugares [coisas como Atakama e Kallaari], há erros nas explicações. Há uma lista na qual os elementos químicos estão listados em ordem crescente de potenciais de redução. Porém, na legenda da tabela lê-se: "Elementos em ordem decrescente de potenciais de redução". No livro de física acontece o cúmulo: no meio da descrição das características de circuitos elétricos em série aparecem características de circuitos em paralelo! Para quem não assistiu a explicação do professor [seja por não ter ido à aula ou simplesmente não ter prestado atenção], estudar através do livro era uma grande armadilha.

Isso sem contar exercícios sem resposta, faltando informações e com o gabarito errado...

E nós ainda somos obrigados a ver aquele comercial com uma mulher dizendo que o nível da educação brasileira está melhorando... Este não é um fato do qual devemos nos orgulhar. Pelo contrário: devíamos nos envergonhar por reconhecer que a educação no país já conseguiu ser pior do que é hoje.

Errar é humano. Ensinar errado é sacanagem.

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