sexta-feira, 9 de maio de 2008

O mundo vai acabar!

Aquecimento global. Furacões cada mais freqüentes. Tempestades cada vez mais fortes. O poder de destruição das enchentes aumenta a cada dia. A natureza parece se vingar do homem por tudo de mal que esse fez à ela. Não restam dúvidas: o mundo está acabando.

Eu não sou nenhum Nostradamus, nem um ecochato alarmado, muito menos um jornalista sensacionalista que não está nem aí pro mundo, mas quer desesperadamente vender seu jornal. Meu objetivo é mostrar que as pessoas pensam que o mundo está acabando desde que o mundo é mundo. E que isso vai continuar ocorrendo até o dia em que o mundo realmente acabe. [Isso se, um dia, ele realmente acabar...]

Para demonstrar minha teoria convido-o para uma viagem no tempo. Primeiramente, viajemos até a Idade Antiga. Você é um pacato plebeu que mora em Roma. Sua vida é relativamente tranqüila. Mas, um dia, essa tranqüilidade termina. Uma horda de bárbaros começa a invadir a cidade que você mora, que seus pais, avôs e bisavôs moraram. O inimigo não é um império, um reino ou algo do tipo. São bárbaros que estão ali para saquear, matar e destruir. Diante daquele cenário de destruição, roubos e mortes, o que você pensa? "O fim do mundo está chegando!"

Demos um salto na história. Aproximadamente uns 1400, 1500 anos. Você deixou Roma. Agora está numa "situação melhor": é um rico burguês da cidade de Paris. Porém a Revolução Francesa está abalando os alicerces do país e nesse momento ela acaba entrar no período do "Terror". [Que dura de outubro de 1793 até julho de 1794.] Imaginem o porquê dessa fase da revolução ficar conhecida como "período do Terror". Nesse curto espaço de tempo, [menos de um ano!] mais de 2000 mil pessoas foram guilhotinadas só na cidade de Paris. Isso dá uma média de 6 cabeças rolando por dia.

Agora lembre-se da sua situação. Um burguês, vendo os radicais no poder matando nobres e burgueses numa velocidade de 6 por dia. O mundo inteiro parece estar de cabeça pra baixo. Temeroso pela sua situação, a situação da cidade e do país, um pensamento lhe acomete: "Mon Dieu! O mundo está acabando!"

Uma última análise. Chegamos agora ao Brasil. Estamos em 1889, o ano da Proclamação da República. Você é um habitante do interior extremamente religioso. Meses depois de declarada a República descobre que o governo do seu país não tem mais nenhuma relação com a Igreja. O Padroado foi extinto. O imperador, que também era um representante de Deus, está deposto sem nenhum poder. O imperador sem poderes, a Igreja separada do Estado... "Só pode ser um sinal dos céus! Ai, meu Deus! O mundo tá acabando!"

Nas épocas que eu citei não haviam tufões devastadores, tempestades cruéis e o efeito estufa mal era conhecido. Mas as pessoas tinham diversos motivos para achar que o mundo ia acabar. Agora é a hora de percebermos que o mundo não acaba, apenas muda. Cabe a humanidade estar adaptada a essas mudanças para não acabar extinta em uma delas.

Durma tranqüilo, o mundo não vai acabar! [A humanidade talvez acabe, o mundo não...] Enquanto o mundo não acaba, você comenta!

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